ATA DA TRIGÉSIMA PRIMEIRA SESSÃO EXTRAORDINÁRIA DA SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA EXTRAORDINÁRIA DA DÉCIMA LEGISLATURA, EM 11.12.1990.

 


Aos onze dias do mês de dezembro do ano de mil novecentos e noventa reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal Porto Alegre, em sua Trigésima Primeira Sessão Extraordinária da Segunda Sessão Legislativa Ordinária da Décima Legislatura. Às nove horas e quarenta e cinco minutos foi realizada a chamada, tendo sido respondida pelos Vereadores Airto Ferronato, Antonio Hohlfeldt, Artur Zanella, Clóvis Ilgenfritz, Cyro Martini, Décio Schauren, Dilamar Machado, Edi Morelli, Elói Guimarães, Ervino Besson, Gert Schinke, Isaac Ainhorn, Jaques Machado, João Dib, João Mota, José Alvarenga, José Valdir, Lauro Hagemann, Leão de Medeiros, Letícia Arruda, Luiz Braz, Luiz Machado, Mano José, Nelson Castan, Omar Ferri, Valdir Fraga, Vicente Dutra, Vieira da Cunha, Wilton Araújo, Adroaldo Correa e Heriberto Back. A seguir, tendo sido constatada a existência de “quorum”, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e iniciada a ORDEM DO DIA. Em Discussão Geral e Votação, foram aprovados os Projetos de Lei do Legislativo nos 119, 120, 124, 125, 126, 127, 130, 134, 148/90, 201/89 e 154/90, este, juntamente com a Emenda nº 01. Após, o Senhor Presidente anunciou o recebimento das seguintes Emendas: nº 04, do Ver. Clóvis Ilgenfritz, subscrita pelo Ver. Décio Schauren, e nº 05, do Ver. Dilamar Machado, ao Projeto de Lei do Legislativo nº 42/90; nº 02, do Ver. Cyro Martini, nos 03 e 04, do Ver. Vieira da Cunha, todas subscritas pelo Ver. Dilamar Machado, ao Substitutivo aposto ao Projeto de Lei do Legislativo nº 42/90. Ainda, em Discussão Geral e Votação, esteve o Projeto de Lei do Legislativo nº 42/90 que, após ter sido discutido pelos Vereadores Clóvis Ilgenfritz, Ervino Besson, Elói Guimarães, Cyro Martini, Leão de Medeiros, Adroaldo Correa e João Dib, teve sua votação adiada por uma Sessão face à aprovação do Requerimento do Ver. Clóvis Ilgenfritz, por treze votos SIM contra dez votos NÃO, em votação nominal a Requerimento verbal, aprovado, do Ver. Isaac Ainhorn. O Requerimento do Ver. Clóvis Ilgenfritz, solicitando o adiamento da votação do Projeto de Lei do Legislativo nº 42/90, foi encaminhado à votação pelo Autor. A seguir, foram aprovados os seguintes Requerimentos solicitando dispensa de distribuição em avulsos e interstício para suas Redações Finais, considerando-as aprovadas nesta data: do Ver. Dilamar Machado, com relação aos Projetos de Lei do Legislativo nos 119, 120, 124, 148/90 e 201/89; do Ver. Vicente Dutra, com relação aos Projetos de Lei do Legislativo nos 125, 126, 127, 130, 134 e 154/90. PAUTA, em Discussão Preliminar, 2ª Sessão, estiveram os Projetos de Lei do Executivo nos 90, 91, 89 e 85/90; Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 34/90; e o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 15/90. Ainda, o Senhor Presidente acolheu Requerimento Verbal, do Ver. João Dib, solicitando a relação dos Vereadores presentes a esta Sessão e a nominata daqueles que não responderam a nenhuma das chamadas efetuadas durante a realização dos trabalhos. Às onze horas e cinqüenta e nove minutos, nada mais havendo a tratar, o Senhor Presidente encerrou os trabalhos da presente Sessão Extraordinária, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária a realizar-se hoje, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Valdir Fraga, Isaac Ainhorn e Adroaldo Correa, e secretariados pelos Vereadores Lauro Hagemann, Wilton Araújo, Adroaldo Correa e Luiz Machado, este como Secretário “ad hoc”. Do que eu, Lauro Hagemann, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, lida e aprovada, será assinada pelo Senhor Presidente e por mim.

 

O SR. PRESIDENTE (Valdir Fraga): Solicito ao Sr. 3º Secretário que proceda à verificação de “quorum”.

 

O SR. 3º SECRETÁRIO: (Procede à verificação de “quorum”.) Sr. Presidente, 17 Srs. Vereadores responderam à chamada.

 

O SR. PRESIDENTE: Há “quorum”. Passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

 DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

PROC. Nº 1798/90 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 119/90, de autoria do Ver. Elói Guimarães, que denomina Rua Cezário Lopes da Silva um logradouro irregular.

 

Pareceres:

– da CJR. Relator Ver. Isaac Ainhorn: pela aprovação;

– da CUTHAB. Relator Ver. Wilton Araújo: pela aprovação.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLL nº 119/90. (Pausa.) Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Sobre a mesa Requerimento de autoria do Ver. Dilamar Machado, solicitando que o PLL nº 119/90 seja dispensado de distribuição em avulsos e interstício para sua Redação Final, considerando-a aprovada nesta data. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

PROC. Nº 1803/90 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 120/90, de autoria do Ver. Jaques Machado, que denomina Rua Marcos Ritter um logradouro público.

 

Pareceres:

– da CJR. Relator Ver. Isaac Ainhorn: pela aprovação;

– da CUTHAB. Relator Ver. Wilton Araújo: pela aprovação.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLL nº 120/90. (Pausa.) Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Sobre a mesa Requerimento de autoria do Ver. Dilamar Machado, solicitando que o PLL nº 120/90 seja dispensado de distribuição em avulsos e interstício para sua Redação Final, considerando-a aprovada nesta data. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

PROC. Nº 1883/90 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 124/90, de autoria do Ver. Jaques Machado, que denomina Rua Arno Kappel um logradouro público.

 

Pareceres:

– da CJR. Relator Ver. Isaac Ainhorn: pela aprovação;

– da CUTHAB. Relator Ver. Wilton Araújo: pela aprovação.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLL nº 124/90. (Pausa.) Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Sobre a mesa Requerimento de autoria do Ver. Dilamar Machado, solicitando que o PLL nº 124/90 seja dispensado de distribuição em avulsos e interstício para sua Redação Final, considerando-a aprovada nesta data. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

PROC. Nº 1884/90 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 125/90, de autoria do Ver. Martim Aranha Filho, que denomina Rua Hélio Lopes Medeiros um logradouro público.

 

Pareceres:

– da CJR. Relator Ver. Vicente Dutra: pela aprovação;

– da CUTHAB. Relator Ver. Wilton Araújo: pela aprovação.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLL nº 125/90. (Pausa.) Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Sobre a mesa Requerimento de autoria do Ver. Vicente Dutra, solicitando que o PLL nº 125/90 seja dispensado de distribuição em avulsos e interstício para sua Redação Final, considerando-a aprovada nesta data. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

PROC. Nº 1885/90 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 126/90, de autoria do Ver. Martim Aranha Filho, que denomina Rua Balthazar Hahn um logradouro público.

 

Pareceres:

– da CJR. Relator Ver. Isaac Ainhorn: pela aprovação;

– da CUTHAB. Relator Ver. Wilton Araújo: pela aprovação.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLL nº 126/90. (Pausa.) Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Sobre a mesa Requerimento de autoria do Ver. Vicente Dutra, solicitando que o PLL nº 126/90 seja dispensado de distribuição em avulsos e interstício para sua Redação Final, considerando-a aprovada nesta data. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

PROC. Nº 1896/90 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 127/90, de autoria do Ver. Martim Aranha Filho, que denomina Rua Dr. Paulo Fett um logradouro público.

 

Pareceres:

– da CJR. Relator Ver. Vicente Dutra: pela aprovação;

– da CUTHAB. Relator Ver. Wilton Araújo: pela aprovação.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLL nº 127/90. (Pausa.) Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Sobre a mesa, Requerimento de autoria do Ver. Vicente Dutra, solicitando que o PLL nº 127/90 seja dispensado de distribuição em avulsos e interstício para sua Redação Final, considerando-a aprovada nesta data. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

PROC. Nº 1933/90 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 130/90, de autoria do Ver. Vicente Dutra, que denomina Esplanada Helio Smidt um logradouro público.

 

Pareceres:

– da CJR. Relator Ver. Isaac Ainhorn: pela aprovação;

– da CUTHAB. Relator Ver. Wilton Araújo: pela aprovação.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLL nº 130/90. (Pausa.) Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Sobre a mesa Requerimento de autoria do Ver. Vicente Dutra, solicitando que o PLL nº 130/90 seja dispensado de distribuição em avulsos e interstício para sua Redação Final, considerando-a aprovada nesta data. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

PROC. Nº 1986/90 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 134/90, de autoria do Ver. Vicente Dutra, que denomina Praça Poetisa Consuelo Belloni um logradouro público.

 

Pareceres:

– da CJR. Relator Ver. Clóvis Brum: pela aprovação;

– da CUTHAB. Relator Ver. Wilton Araújo: pela aprovação.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLL nº 134/90. (Pausa.) Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Sobre a mesa Requerimento de autoria do Ver. Vicente Dutra, solicitando que o PLL nº 134/90 seja dispensado de distribuição em avulsos e interstício para sua Redação Final, considerando-a aprovada nesta data. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

PROC. Nº 2111/90 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 148/90, de autoria do Ver. Valdir Fraga, que denomina Rua Eurípedes Monteiro Duarte um logradouro público.

 

Pareceres:

– da CJR. Relator Ver. Elói Guimarães: pela aprovação;

– da CUTHAB. Relator Ver. Wilton Araújo: pela aprovação.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLL nº 148/90. (Pausa.) Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Sobre a mesa Requerimento de autoria do Ver. Dilamar Machado, solicitando que o PLL nº 148/90 seja dispensado de distribuição em avulsos e interstício para sua Redação Final, considerando-a aprovada nesta data. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

PROC. Nº 3355/89 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 201/89, de autoria do Ver. Valdir Fraga, que denomina Rua José Alves de Castro um logradouro irregular.

 

Pareceres:

– da CJR. Relator Ver. Elói Guimarães: pela aprovação;

– da CUTHAB. Relator Ver. Wilton Araújo: pela aprovação.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLL nº 201/89. (Pausa.) Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Sobre a mesa Requerimento de autoria do Ver. Dilamar Machado, solicitando que o PLL nº 201/89 seja dispensado de distribuição em avulsos e interstício para sua Redação Final, considerando-a aprovada nesta data. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

PROC. Nº 2257/90 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 154/90, de autoria do Ver. Vicente Dutra, que denomina Rua Santuário um logradouro irregular. Com Emenda nº 01.

 

Observação :

incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da Lei Orgânica Municipal.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLL nº 154/90. (Pausa.) Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Em votação a Emenda nº 01 aposta ao PLL nº 154/90. Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.

Sobre a mesa Requerimento de autoria do Ver. Vicente Dutra, solicitando que o PLL nº 154/90 seja dispensado de distribuição em avulsos e interstício para sua Redação Final, considerando-a aprovada nesta data. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

PROC. Nº 0868/90 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 042/90, de autoria do Ver. Clovis Ilgenfritz, que altera disposições da Lei nº 6.002, de 2 de dezembro de 1987, para ampliar a implantação do estacionamento regulamentado, liberando-o nos sábados, domingos e feriados, e dá outras providências. Com Substitutivo nº 01, com Emendas nos 01, 02 e 03 ao Projeto, e com Emenda nº 01 ao Substitutivo.

 

Pareceres:

– da CJR. Relator Ver. Décio Schauren: pela aprovação do Projeto e das Emendas nos 02 e 03, e pela rejeição do Substitutivo nº 01 e da Emenda nº 01;

– da CFO. Relator Ver. Dilamar Machado: pela rejeição do Projeto e suas Emendas e pela aprovação do Substitutivo nº 01.

– da CEDECON. Relator Ver. Artur Zanella: pela aprovação do Substitutivo nº 01 e da Emenda nº 01.

 

Observação :

Incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da Lei Orgânica Municipal.

 

O SR. PRESIDENTE: Recebemos mais algumas Emendas ao PLL nº 042/90. O Sr. Secretário fará a leitura das mesmas.

 

O SR. 3º SECRETÁRIO: Sobre a mesa Emenda nº 04 ao Projeto, assinada pelos Vereadores Décio Schauren e Clovis Ilgenfritz. (Lê a Emenda.) Também sobre a mesa Emenda de nº 05 ao Projeto, assinada pelos Vereadores Cyro Martini e Dilamar Machado. (Lê a Emenda.) Ainda, sobre a mesa, Emenda de nº 02 , de autoria do Ver. Cyro Martini, e Emendas de nos 03 e 04, assinadas pelos Vereadores Vieira da Cunha e Dilamar Machado, todas apostas ao Substitutivo ao PLL nº 042/90. (Lê as Emendas.)

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLL nº 042/90. (Pausa.) Com a palavra, para discutir, o Ver. Clovis Ilgenfritz.

 

O SR. CLOVIS ILGENFRITZ: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, eu pediria uma atenção toda especial para o que eu vou tentar colocar sobre esse Projeto que está tramitando aí. A rigor, nós temos um problema sério em Porto Alegre, que atinge também outras cidades do nosso País, que é um problema que vem junto com a era do automóvel. Sr. Presidente, com todo respeito, nós temos dois Vereadores em Plenário, e esse é um Projeto que depende de esclarecimentos, que tem um Substitutivo, e os Vereadores vão votar como? Tudo bem, eu vou cumprir com a formalidade, mas muito a contragosto, pela falta de consideração da maioria dos companheiros. É um Projeto importante para a Cidade e que procura facilitar a vida do usuário, melhorar as condições de acesso às lojas, aos bancos, aos bares, aos restaurantes, aos cinemas, aos teatros, a todos os locais onde se vai hoje de automóvel, mas se tem dificuldades enormes para chegar e estacionar. Então, vendo estas dificuldades, já enquanto Secretário do Planejamento, nós tivemos inúmeras discussões com os mais amplos setores que têm interesse neste assunto, com a Secretaria dos Transportes e com os organismos envolvidos, e chegamos a conclusão de que deveria ser posto em prática um Projeto de autoria, inicialmente, do Ver. Luiz Braz, que é do tempo da Administração passada e que propõe o estacionamento pago em Porto Alegre, ou seja, as Áreas Azuis. Nesta oportunidade, nós conseguimos lavrar um tento, a Administração com o apoio da Câmara, instituíram em Porto Alegre, finalmente, o chamado Estacionamento Azul, restrito à área do Centro da Cidade. Eu faço questão de frisar isto – como era uma experiência nova, e a Lei nº 6.002 restringe à área central da Cidade, foi o que era possível no momento. Mas o Estacionamento Azul foi instaurado, foi um sucesso, a maioria, senão esmagadora mas quase a totalidade das pessoas, os usuários e os que têm interesses comerciais no Centro da Cidade, ou interesses culturais, aprovaram a Área Azul, e ela está em andamento, está sendo aperfeiçoada. Mas este Projeto, para nós, foi tão importante para a Cidade que várias outras comunidades, dos pólos comerciais, fundamentalmente, que estão previstos no Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano, como é o pólo da Azenha, Menino Deus, no 4º Distrito, o pólo Comercial do Moinhos de Vento, em torno da 24 de Outubro e assim por diante. E foram tendo muitas solicitações neste sentido. Então, nós, quando voltamos da Secretaria do Planejamento, o ano passado, assumimos a nossa posição de Vereador e, já no início do mês de maio, fizemos este Projeto, que hoje está sendo votado. É um Projeto simples, mas que se divide em duas partes. Isso que eu acho importante que os colegas Vereadores analisem com clareza. Uma é que nós estamos propondo, neste Projeto, a alteração da Lei nº 6.002/87, onde nós liberamos o Estacionamento Azul, ou seja, o estacionamento pago para outras zonas do perímetro urbano da Cidade, ou seja, além da zona central, que hoje permite este estacionamento, estamos propondo a liberação para outras áreas. Isso significa dizer que vamos atender a um clamor da população que, na época que o Ver. Luiz Braz e outros Vereadores defenderam este Projeto aqui, a proposta inicial era para o Centro da Cidade. Hoje, a Cidade reclama que este Projeto atinja outras áreas.

Eu tenho vários abaixo-assinados, tenho comunicações por telegramas, por manifestações outras, inclusive há aqui pessoas interessadas, representante do Sindilojas, como o Sr. Lauro, que representa o Clube do Diretores Lojistas e, por sua vez, teve todo um trabalho de assessoramento neste Projeto.

A segunda parte do Projeto – e aí é que eu queria mostrar a diferença que existe entre o Projeto original que nós fizemos e o Projeto apresentado como Substitutivo, feito pelo nobre Ver. Ervino Besson. Ele apresenta um Substitutivo que detém na Área Azul e na regulamentação de como os recursos da Área Azul devem ser utilizados. Ele faz o detalhamento de um Projeto e, ao mesmo tempo, ele também propõe, embora de forma indireta, que o processo se alargue, se abra oportunidade para que o Estacionamento Azul se dê em todas as partes da Cidade, onde a comunidade assim o desejar. Claro, sempre a critério da SMT, da Brigada Militar, que tem responsabilidade sobre isso.

O nosso Projeto que hoje está competindo com o Substitutivo, que vota primeiro, e de autoria do Ver. Ervino Besson, tem um segundo ponto que está mais esclarecido na Emenda nº 02. Na referida Emenda fica nítido algo que no Projeto original não está muito claro, e que é a proposta de que ficam liberados, a critério da SMT, aos sábado, domingos e feriados, das 19 horas às 6 horas da manhã, os locais onde atualmente está sinalizada proibição de estacionamento de veículos. Fora dos dias úteis, quando a Área Azul pode funcionar, estamos propondo – e isso é que é importante – a liberação, a critério da SMT e da Brigada Militar, do estacionamento em qualquer parte da Cidade, sempre preservando, logicamente, áreas que são absolutamente importantes tanto para o tráfego como para o atendimento de hospitais, táxis, etc. Essa Emenda é fundamental para o Projeto que estou apresentando. De antemão, quero dizer que concordo com a Emenda nº 01, de autoria do Ver. Leão de Medeiros, e que faz um alerta para que a Câmara de Vereadores seja ouvida a cada vez que for instaurado um novo local para Áreas Azuis. Penso que isso propicia uma participação mais efetiva da Câmara num processo em que ela é, realmente, parte efetiva desde o início, porque nasceu aqui a visão de que era necessário que houvesse Estacionamento Azul. Depois, na Administração Popular, nós, como Secretário do Planejamento, fizemos um esforço para que isso se materializasse. Hoje, estamos estendendo esse benefício, através do nosso Projeto, a toda Porto Alegre e também propondo que, através da Emenda nº 02, o estacionamento seja liberado aos sábados, domingos e feriados e à noite.

 

O SR. PRESIDENTE (Adroaldo Corrêa): Ver. Clovis Ilgenfritz, está inscrito o Ver. Décio Schauren, que cede o tempo a V. Exª, se assim permitirem os Vereadores Ervino Besson e Elói Guimarães, que se encontram inscritos anteriormente.

 

O SR. CLOVIS ILGENFRITZ: Eu agradeço ao Ver. Décio Schauren e aos demais Vereadores, porque também acho que agora estão presentes no Plenário vários Vereadores que não tiveram a oportunidade de ouvirem a nossa manifestação, e eu vou resumi-la da maneira mais breve possível.

 

O Sr. Vieira da Cunha: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) É uma dúvida, Vereador, a Lei nº 6.002, que V. Exª pretende modificar, ela estabelece o estacionamento pago entre 7 horas às 19 horas, de segunda a sábado. E chama-se a atenção que o Projeto de V. Exª retira o estacionamento pago aos sábados. V. Exª se baseou em algum estudo, em alguma informação?

 

O SR. CLOVIS ILGENFRITZ: É muito importante a pergunta do nobre Vereador. Nós fizemos consultas não só à comunidade como aos brigadianos que fazem o serviço no Centro, como à Secretaria Municipal de Transportes. E eu tenho em mãos uma carta assinada pela Coordenadora-Geral do Projeto, que diz, entre outras coisas, que ela apóia a necessidade da liberação aos sábados. Pois, segundo ela, “o sistema libera o estacionamento pago aos domingos, feriados, após as 19 horas”. Eles têm interesse em liberar porque sábado tem sido motivo de muitos desencontros, tanto no Estacionamento Azul como nas outras áreas que são proibidas. E a Brigada diz: por favor, evitem estarmos multando pessoas que estacionam em lugares, e nós temos que multar porque somos obrigados a multar, e as pessoas não estão incomodando.

Veja bem, Vereador, isto vem ao encontro de uma necessidade, não tem nada mais. O outro aspecto que eu gostaria de enfatizar é que, pela comunidade, foi feita uma solicitação de que o horário, em vez de 19 horas às 7 horas da manhã, a liberação, por indicação de lojistas, principalmente, foi sugerido que fosse das 19 horas às 6 horas da manhã, isto está contido na Emenda nº 03. Para terminar, e em função de que eu solicitei por várias vezes, e eu sei que há todo um problema com o processo Substitutivo, programa anterior do Ver. Besson, eu propus uma Emenda de Liderança que, no nosso entender, satisfaz a preocupação válida e justa do Ver. Besson com relação a critérios de cobrança, de utilização e de fiscalização da Área Azul. Fizemos a Emenda nº 04, que é para satisfazer, e , no nosso ponto de vista, facilitaria para os Vereadores votarem contra o Substitutivo nº 01 e votarem a favor do nosso Projeto, que contempla o Substitutivo nº 01, no nosso entender, naquilo que ele é fundamental, diferente do nosso. Porque o Projeto Substitutivo do Ver. Besson também procura liberar as áreas. Isto o nosso já contempla. No segundo momento, ele propõe formas de fiscalização, cobrança e encaminhamento dos recursos. Isto o nosso Projeto não contemplava. Então, estamos apresentando aqui, em forma de Emenda, a Emenda nº 04. Com isso estaríamos satisfazendo todas as necessidades no Projeto original, desde que os nobres Vereadores não aprovem o que vai ser votado antes, que é o Projeto Substitutivo nº 01. Acho que não há nenhuma disputa entre nós e o Ver. Besson, pelo contrário, tivemos várias conversas sobre o assunto. Ele tem uma razão muito grande para permanecer com o seu Projeto, para manter a sua posição e mostrar que trabalhou nesse assunto, e eu quero dividir com ele essa iniciativa. Mas a culpa não foi minha e nem de quem inscreveu o Projeto no Protocolo no ano passado. Quando chegamos no Protocolo para entrar com o Projeto não havia nenhum projeto inscrito. Isto foi em maio. Em julho, o Ver. Besson inscreveu o Substitutivo, porque ele alegou, com toda a razão, que o seu Projeto, de 1989, que tinha sido arquivado, ele não desarquivou e, como ele não pediu o desarquivamento, perdeu a oportunidade. Só que, à medida em que ele desarquivou e entrou com o Substitutivo, nós achamos que, se o Substitutivo satisfizesse a nossa vontade, a nossa intenção, nós retiraríamos o nosso Projeto. Mas isto não acontece, porque, por tudo o que explanei antes, com as quatro Emendas que eu apresento, nós teremos um Projeto mais completo e que, além de liberar Áreas Azuis, além de fazer com que haja uma fiscalização do destino dos recursos, etc., das Áreas Azuis, nós estamos propondo uma liberação total do estacionamento, em qualquer ponto da Cidade, a critério da SMT e da Brigada. Em qualquer ponto da Cidade. Todos aqueles lugares que hoje o usuário chega, num sábado pela manhã, num domingo ou num feriado, ou à noite e diz: vou estacionar na Borges, na Mauá, ou na Siqueira Campos, e não pode porque está lá uma placa proibindo. E estas ruas estão vazias. Assim vale para os bairros. A própria Brigada diz: se tiver uma lei, nós vamos escrever “proibido estacionamento nos dias úteis, excluindo sábados, domingos e feriados e à noite”. Esta é a sinalização que a SMT se propõe a fazer e aí, então, salvo as exceções, nós não vamos ter condições inadequadas em dias que são de lazer, ou até quando as pessoas saem de casa, querem estacionar e não podem porque está proibido. Esta é a nossa intenção. Por outro lado, eu queria dizer do apoio que recebemos da Secretaria dos Transportes, do CDL, do Sindilojas, agora, um abaixo-assinado que inicia por Jadir Correia da Silva, por Lígia Salete da Rosa e mais 67 assinaturas, que vêm do bairro Moinhos de Vento, telegramas, correspondência do Sindicato do Municipários e das mais diferentes categorias, que são usuários do Centro também, nem todos têm automóveis, mas entenderam a necessidade de que o Centro fosse mais liberado e os centros dos bairros. Hoje, se se chega na Azenha, num fim de semana, não pode estacionar, e a Azenha está vazia, e assim por diante. Acho que deixei bem claro e, se alguns dos Colegas desejar fazer alguma pergunta, para que possamos votar o Projeto, e logo depois a rejeição que solicito, com todo o respeito, do Substitutivo, parece que o Ver. Hohlfeldt havia solicitado também.

 

O Sr. Antonio Hohlfeldt: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Quero retomar, Ver. Ilgenfritz, uma pergunta que o Ver. Vieira da Cunha levantou, e me preocupa também, é o problema do horário: no Projeto original, hoje vigente, como no Projeto original de V. Exª, se trabalha com o horário das 7 às 19 horas; posteriormente, através de Emenda, e no Substitutivo do Ver. Besson, surge o horário novo, que é das 6 às 19, ou das 19 às 6, conforme a ordem das questões. Confesso que fico preocupado com essa ampliação de uma hora e, primeiro lugar, porque, efetivamente, quem tem automóvel tem chegado no Centro um pouco mais tarde, portanto estamos começando a cobrar um pouco cedo demais, no meu entendimento; por outro lado, a questão da Azenha me preocupa, porque, se é verdade que precisamos ter ali uma área de estacionamento, quem comparece na Azenha, agora, no período de Natal, ou nos sábados pela manhã, ao invés do horário da tarde, ele fica com estacionamento na avenida principal, tornando o trânsito muito problemático.

 

O SR. PRESIDENTE: Inscreveu-se o Ver. Heriberto Back, e com a aceitação dos colegas inscritos, Ervino Besson, Elói Guimarães e Cyro Martini, Leão de Medeiros cederia o tempo a V. Exª.

 

(Todos concordaram.)

 

O SR. CLOVIS ILGENFRITZ: Agradeço a boa vontade dos colegas, só vou procurar ser breve. O que o Ver. Antonio Hohlfeldt levanta é que era das 19 às 7 horas. Nós consultamos as entidades, principalmente, no caso, os lojistas, e eles acham que às 7 horas é muito tarde para ter carro estacionado em qualquer lugar, porque começam a chegar os transportes para as lojas.

Então, às 6 horas da manhã quem não está usando Estacionamento Azul não paga e, se ele vem mais tarde, ele vai pagar da hora em que ele começar a ocupar. Em segundo lugar, a questão das avenidas, a SMT, logicamente, na carta que eles mandam aprovando este Projeto, eles dizem, logicamente, a critério.

Tem vias que nem aos sábados e nem aos domingos podem se liberadas. Então, este critério deve ser obedecido. E o Vereador foi Secretário e sabe o quanto é importante que não se congestione também aos sábados e domingos. Mas têm locais da Cidade que são, visivelmente, passíveis de serem abertos estacionamentos. Não todos, as grande parte.

Ver. Airto Ferronato: Vereador, eu também tinha esta dúvida em relação a esta variância de horário, eis que no Projeto original nós temos das 7h às 19h; no Substitutivo nós teremos das 6h às 20h. Depois, nós temos uma Emenda de V. Exª que coloca das 19h às 6h todos os dias, e assim nós temos mais uma Emenda, nº 03, que também fala em horário. Isto parece que ficou esclarecido.

Agora, eu ainda não tenho uma distinção e uma visão clara da diferença que V. Exª mencionou, do Projeto de Lei e do Substitutivo, porque me parece que V. Exª falou que o Substitutivo seria mais um disciplinamento de como funcionaria e não, digamos assim, o estabelecimento deste estacionamento. Então, a minha pergunta é: quais as diferenças existentes e, se um disciplina o horário, quais os espaços, alarga para toda a Cidade esta possibilidade? E se o outro, na verdade, traz mais detalhes em relação ao Projeto original? A minha colocação é a seguinte: não poderiam ser dois projetos distintos, ou o Substitutivo estaria mais abrangente, já que traz estas informações e mais detalhes. É isso justamente o que eu tentei negociar essa questão com o Ver. Ervino Besson, porque, através da Emenda nº 04, que é Emenda de Liderança. A Emenda de Liderança, no nosso entender, satisfaz o Projeto do Substitutivo do Ver. Ervino Besson quando diz: o Executivo Municipal estabelecerá formas de exploração dos locais de estacionamento, sendo os recursos arrecadados destinados à melhoria da circulação e segurança do pedestre, incluindo – e isso é proposta nova nossa – o portador de deficiência física. Parágrafo 1º: o controle e fiscalização dessas áreas poderá ser efetuado através de convênios com entidades reconhecidas como de utilidade pública.

Esta é a diferença que existe entre o Projeto do Substitutivo do Ver. Ervino Besson e o nosso. Nós tentamos avaliar esta questão para que ele não se sinta prejudicado, porque o outro lado do Projeto é igual ao nosso, porém, ele deixa de contemplar aquela questão que está contida na nossa Emenda nº 02, que é a abertura total do estacionamento em domingos, feriados, etc.

 

O Sr. João Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu tinha essas mesmas dúvidas que o Ver. Airto Ferronato em razão dessas dúvidas, como eu entendo que o Substitutivo é um novo Projeto e até já estaria tramitando no ano passado e foi arquivado. Eu fico com seu Projeto, já que está funcionando.

 

O SR. CLOVIS ILGENFRITZ: Eu fico satisfeito com suas observações e agradeço por tal atenção. Só queria deixar claro que estamos propondo que sejam aprovados o Projeto com as Emendas do Ver. Leão de Medeiros e com duas Emendas que eu fiz, sendo que uma é sobre o horário, e digo mais: aquela questão do horário das 18 horas não contenta os lojistas. Eles querem das 19 horas às 6 da manhã. Esse horário não criaria problemas. A quarta Emenda, que é de Liderança, é a que contempla, no nosso entender, a principal preocupação que existe no Projeto.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT (Questão de Ordem): Ver. Clovis, queria me referir agora à Emenda nº 04, de V. Exª, que estava lendo. Agora tem um aspecto que me preocupa, que está presente também no Substitutivo do Ver. Besson. Seria, assim, um grande óbice no meu entendimento, na minha grande resistência por experiência. Trata-se do parágrafo 1º da Emenda nº 04 e do parágrafo único do art. 4º do Substitutivo que, no fundo, tem a mesma pretensão, ou seja, entregar a terceiros a exploração do controle e fiscalização do estacionamento remunerado. E esse conteúdo constou também do Projeto original aprovado nesta Casa, e foi absolutamente impossível implementá-lo no que tocava a um tal de Sindicato de Guardadores de Automóveis, ou coisa parecida. Que, no meu entendimento, é um juízo meu, é uma verdadeira máfia na Cidade, explorando seus próprios companheiros, é uma diretoria que se perpetua e faz exploração de pobres coitados que vivem pedindo pelo amor de Deus uma carteirinha, pagam valores escorchantes para poder se sindicalizar, entre aspas, e por aí afora. E, por diversas vezes, eu, como Secretário, fui chamado a intervir e mediar situações, tal o nível de exploração e de violência desta autodenominada diretoria sindical, etc. e tal. Quero dizer a V. Exª que eu tenho muita preocupação, porque se for uma exploração em termos de Rotary, de Lions, tudo bem, agora, se for em termo do Sindicato desses cidadãos, realmente eu confesso que tenho muita resistência por uma experiência concreta, vivida nos nove meses onde eu vi um Sindicato servir apenas para alguns e irem contra os seus companheiros mais pobres que não conseguiram sequer uma sindicância.

 

O SR. CLOVIS ILGENFRITZ: Vereador, para terminar apenas duas palavras, com a permissão da Mesa, existe um termo no parágrafo 1º que diz: o controle de fiscalização dessas áreas “poderá” ser efetuado e não “deverá” ser. De qualquer forma, nós também temos essa preocupação e ponderamos a V. Exª que até em termos de Destaque este artigo poderia ser votado com Destaque ao parágrafo, não sei se isto é possível. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Ervino Besson.

 

O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, gostaria, neste momento, que os Srs. Vereadores prestassem a atenção no que eu vou colocar agora da tribuna. Nada pessoal contra nenhum Vereador, fica claro aqui antes do meu pronunciamento. No dia 02-08-1989 entrei com um Projeto de Lei aqui na Casa e praticamente no mesmo molde no qual o nobre Ver. Clovis Ilgenfritz se pronunciou aqui na tribuna. Vi pela demora da tramitação do Projeto e depois descobri que ele estava com o Ver. Flávio Koutzii. Após ter procurado várias vezes o Ver. Flávio Koutzii, ele muito gentilmente me disse, olha Ervino, lamentavelmente perdi o Projeto, não o encontro mais. Chegamos no fim de 1989, o Projeto foi arquivado e, como não era sabedor que, no início de 1990, o Projeto deveria ser pedido o seu desarquivamento, os dias foram se passando, cheguei para a Diretoria da Casa e perguntei sobre o meu Projeto e fui informado que deveria ter pedido o seu desarquivamento, mas como o Projeto não existia, por ter sido perdido, então o rebati novamente. Mas, neste meio tempo, o Ver. Clovis Ilgenfritz entrou com o Projeto de Lei. Eu repito, não tenho nada pessoal contra o Ver. Clovis e sei que não houve maldade com relação ao Projeto, agora, o Projeto foi perdido aqui na Casa, e quem perdeu foi o pessoal do PT. Eu até, inclusive, para não criar uma polêmica por causa do Projeto, se desse, assinaria o Projeto junto com o Ver. Clovis Ilgenfritz, mas não é permitido. Agora, como o Projeto é meu, discuti o Projeto no Sindicato, foi um dos primeiros Projetos meus aqui, nesta Casa, tenho que brigar pelo Projeto. E digo mais, o primeiro Vereador que me procurou para falar sobre esse Projeto foi o Ver. Antonio Hohlfeldt, quando era Secretário de Transportes: “Dizem os Vereadores que o Projeto é bom. Vamos sentar e discutir esse Projeto”. Eu disse: “Olha, Vereador, é um Projeto em benefício da Cidade, então, vamos enriquecer o Projeto”. Nós somos 33 Vereadores, e, quando um Projeto entra aqui na Casa, todos os Vereadores sabem quando o Projeto é bom para a Cidade, e que o Projeto pode ser emendado como cada Vereador achar melhor. Portanto estou explicando o que aconteceu com o meu Projeto e peço, para que não fique uma nuvem preta nesta Casa, que os Srs. Vereadores votem com o meu Substitutivo, que é praticamente o Projeto do Ver. Clovis Ilgenfritz. Porque o que eu não costumo é entrar com Substitutivo ao Projeto de colegas Vereadores. O Vereador estuda, perde o seu tempo com a sua assessoria, com as suas comunidades, entra com o Projeto, e outro Vereador entra com um Substitutivo. Eu não gosto desse tipo de coisa. E tenho certeza que até o Ver. João Dib, que já se pronunciou anteriormente favoravelmente ao Projeto do Ver. Clovis Ilgenfritz, também irá votar contra o Projeto do Ver. Clovis e a favor do meu Substitutivo.

 

O Sr. João Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Ervino Besson, V. Exª acaba de dizer que o seu Substitutivo é praticamente igual ao Projeto de Lei do Ver. Clovis Ilgenfritz. Eu tenho uma experiência muito triste nesta Casa: eu fui o primeiro a apresentar o Projeto de Estacionamento Temporário Pago na Área Central e vi, ao invés do Estacionamento Temporário Pago, ser aprovado um Substitutivo, o que retardou em muitos anos a solução do problema na área central e que teria sido, naquele momento, muito melhor do que hoje. O Vereador na Casa apresentou o Substitutivo exatamente igual, só que onde eu colocava pago, ele colocou gratuito. Tornou inviável, porque o Prefeito vetou, e acho que já está funcionando a Área Azul com algumas restrições, e, agora, já aprimorado com as Emendas de vários Vereadores e, por isso, voto no Projeto original.

 

O SR. ERVINO BESSON: O que V. Exª disse agora, Ver. João Dib. O Substitutivo era flagrantemente diferente do Projeto, e não é o caso do Projeto do Ver. Clovis com o Substitutivo. Aí são coisas completamente diferentes. Sabemos que hoje não é só Centro da Cidade. A dificuldade que os comerciantes têm para receber suas mercadorias, porque os carros chegam pela manhã e só saem à noite, virando uma verdadeira parafernália. Inclusive muitos acidentes acontecem por este motivo, porque os caminhões estacionam em fila dupla para que os comerciantes recebam suas mercadorias. Quero dois votos da Bancada do PT: Flávio Koutzii e Antonio Hohlfeldt, porque foi um dos que me procurou dando apoio a este Projeto.

 

O Sr. Clovis Ilgenfritz: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Quero crer que nós não podemos, na hora de votar um Projeto, nos ater a um problema administrativo que aconteceu, e que o Ver. Flávio Koutzii, embora não tivesse certeza, preferiu admitir que tivesse sido do seu Gabinete que o Projeto tivesse desaparecido. Mas, na época, havia toda oportunidade para se refazer o Projeto e se colocar em andamento na mesma época, sem prejuízo, porque a Diretoria Legislativa faria sua recomposição.Por outro lado, não foi pedido o seu desarquivamento e, também, conforme foi colocado pelo Ver. João Dib, o Projeto não é igual, na segunda parte tanto o meu quanto o seu Projeto apresentam diferenças, porém os dois, juntos, estão contemplados nas Emendas que propusemos ao Projeto original. Pondero isso e, aí, libero o Ver. Antonio Hohlfeldt, Flávio Koutzii, enfim, os que quiserem. Quero deixar registrado que estamos com um Projeto que atinge três preocupações: estender a Área Azul, regulamentá-la, inclusive com a Emenda nº 05, com a qual concordamos, e que é de autoria do Ver. Vieira da Cunha, e a Emenda nº 04, que, no nosso entender, satisfaz o seu Projeto.

 

O SR. ERVINO BESSON: Mais uma vez, Ver. Clovis Ilgenfritz, eu quero colocar que não estou magoado com nenhum dos Vereadores, acho que não houve má- fé no Projeto. Foi um dos primeiros Projetos que apresentei – assim como V. Exª também colocou que é o seu primeiro Projeto – e por isso estou brigando por ele. Agora, quero dizer que, se o meu Substitutivo não for aprovado, votarei favoravelmente ao seu Projeto, porque o considero bom para a população e para a cidade de Porto Alegre. Como V. Exª colocou na tribuna, várias entidades, vários sindicatos, vários segmentos da Cidade já nos procuraram, tanto a V. Exª como a mim, pedindo que fizéssemos alguma coisa para tentar moralizar o problema do estacionamento na Cidade.

 

O Sr. Antonio Hohlfeldt: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Quero apenas voltar a um assunto que conversava com o Ver. Vieira da Cunha, o problema do horário. Permito-me, respeitosamente, insistir na questão do horário, porque tenho uma preocupação com a questão social, e o Ver. Vieira tem uma Emenda, que gostaria de conclamar os Vereadores para que fechássemos com ela. A questão diz respeito ao adiantamento das 6 horas. Quero alertar os companheiros que, quando fui Secretário, houve um pedido do CDL para ampliarmos horário de carga e descarga no Centro da Cidade nos dias de semana, o qual vencia às 9 horas da manhã, e passamos para 9h30min ou 10 horas da manhã. Isso foi feito, com a Brigada Militar participando de todas as reuniões, para facilitar a carga e descarga. Agora temos que, se ampliarmos o horário do estacionamento pago das 7 para as 6 horas, significará, na prática, uma hora a mais de pressão sobre os trabalhadores do comércio lojista, em que as lojas vão querer descarregar, ao invés das 7, às 6 horas, e vão forçar o pessoal a ir mais cedo uma hora.

Então, é um problema que não tem nada a ver com o que estamos discutindo, no fundo, que é o problema do estacionamento em si, uma troca de horário tem a ver com a questão social dos comerciários. Eu gostaria de levantar e colocar a consideração, apelando, pessoalmente, vou votar com o Ver. Vieira da Cunha, nesta Emenda do Vereador, que é para salvaguardar o direito do comerciário de não ter que vir uma hora mais cedo no inverno ou no verão. E apelo a V. Exª, ao companheiro Clovis, enfim, a todos os Srs. Vereadores, que mantivéssemos das 7 horas às 19 horas, com este argumento que me preocupa. Eu posso estar equivocado, mas pecar por abundância é melhor, e nos preocuparmos com o comerciário, com o trabalhador. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE: Ver. Ervino Besson, a Mesa recebeu a inscrição do Ver. Gert Schinke, que cedeu tempo a V. Exª, se assim for permitido pelo Ver. Elói Guimarães, Ver. Cyro Martini, Ver. Leão de Medeiros, que também se encontram inscritos. V. Exª já está, há dois minutos, no tempo do Ver. Gert. Schinke.

O SR. ERVINO BESSON: Sou grato ao Ver. Gert. Schinke pela cedência do tempo.

 

O Sr. Vieira da Cunha: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Ervino, eu já havia comunicado a V. Exª que via uma dificuldade no seu Substitutivo, que era exatamente aquela elasticidade no horário para implantação do estacionamento pago, assim como a cobrança aos sábados. Portanto, comunico a V. Exª que enviei uma Emenda à Mesa no sentido de permitir a cobrança apenas das 7 horas da manhã às 19 horas, de segunda a sexta-feira, retirando a cobrança aos sábados, domingos e feriados. E espero contar com o apoio de V. Exª, que é o Autor do Substitutivo, porque entendo, com esta Emenda, tem condições de merecer o voto favorável, pelo menos deste Vereador, e espero, da maioria dos Vereadores desta Casa. Sou grato a V. Exª.

 

O SR. ERVINO BESSON: Muito bem, Ver. Vieira da Cunha. Então, já está praticamente, a dúvida do Ver. Antonio Hohlfeldt, com a Emenda do Ver. Leão de Medeiros, com a Emenda nº 01 e a Emenda nº 02 do Ver. Cyro Martini, que incorpora mais benefícios para este Projeto, e com a Emenda de V. Exª, Ver. Vieira da Cunha, tenho certeza de que ficará um Projeto dentro da finalidade e dentro daquilo que a população de Porto Alegre está aguardando há muito tempo.

 

O Sr. Clovis Ilgenfritz: Ver. Besson, me perdoe mais uma vez, eu já falei trinta minutos, fico até chateado, porque é realmente confusa esta situação, e aí, nesta confusão, poderemos estar invertendo todo este processo. A Emenda do Ver. Vieira da Cunha passa a ser inócua no momento em que esta está contida no corpo do meu Projeto. É só ler o Projeto para ver que não precisa esta Emenda, e o problema do horário colocado pelo Ver. Antonio Hohlfeldt é uma suposição de que possa haver alguma coisa, mas não está provado, porque hoje os carros e caminhões chegam pra estacionar a hora de abertura da loja para descarga, às 7 horas, e, se o horário for exatamente o mesmo, coincidindo com a proibição de estacionamento, vai haver um conflito, como acontece hoje: têm carros estacionados, e eles vão até das 7h30min às 8 horas para poderem estacionar, depois saem após as 9 horas, com a desculpa que não tinha espaço. Então, se este interregno das 6 às 7 horas não está sendo cobrado de ninguém, não diz em lugar algum que deva ser cobrado, pelo contrário, está liberado, mas é a facilidade que existe tanto para a Brigada quanto para os lojistas, como para as firmas de atacados que fornecem o material, chegar e ter condições de estacionar. É um negócio técnico, prático e não tem nada de discussão política aí.

 

O SR. ERVINO BESSON: Vereador, a Emenda do Ver. Vieira da Cunha, e eu vou passar a palavra daqui a um minuto, mas eu não entendo assim, Vereador. Tem no corpo do Projeto, mas a Emenda do Ver. Vieira da Cunha, ele explicará melhor a V. Exª. Acho que V. Exª se confundiu com a sua explanação.

 

O Sr. Vieira da Cunha: Ver. Ervino, eu só fiquei preocupado com esta Emenda nº 02, que é do próprio autor do Projeto, que é o Ver. Clovis Ilgenfritz, em que ele antecede o horário previsto originalmente, que era exatamente este que estamos propondo: das 7 horas às 19 horas para as 6 horas. Há uma Emenda nesse sentido também, e é a mesma preocupação do Ver. Antonio Hohlfeldt, por isto que eu encaminhei esta Emenda, para deixar em nível de Substitutivo das 7 horas às 19 horas. É verdade, Ver. Clovis, e me perguntava a Mesa porque eu não apresentava a Emenda ao Projeto, e eu respondi que o Projeto já contém este horário, que eu acho mais adequado, apenas se, no caso, se rejeitasse o Substitutivo e nós partíssemos para discussão e votação do Projeto, nós teríamos apenas que rejeitar esta Emenda nº 02, que antecede o horário para 6 horas, para cobrança de estacionamento.

 

O SR. ERVINO BESSON: Perfeito. Para encerrar, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu espero que o Srs. Vereadores votem no Substitutivo, e que o primeiro Projeto deste Vereador nesta Casa, depois praticamente de quase dois anos, desta problemática toda que houve com este Projeto, que seja votado hoje.

Tenho certeza de que quem vai ganhar com isto é a população de Porto Alegre, são os comerciantes de nossa Cidade e que há muitos anos vêm sofrendo na carne a problemática do estacionamento, a problemática da carga e descarga das ruas da nossa Cidade.

Tenho certeza, vou também ter o apoio da Bancada do PDS, estou olhando, estou vendo a preocupação do Ver. Vicente Dutra, do Ver. Mano José, apesar de não ter o voto do Ver. João Dib.

Encerro, Srs. Vereadores, agradecendo a atenção dos Senhores. Obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O próximo inscrito, Ver. Elói Guimarães, para o tempo de 10 minutos.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, eu venho à tribuna mais por uma reminiscência histórica, não tão histórica assim, dado que tive a oportunidade, senão a honra, de desenvolver grande parte e dar início deste Projeto, quando Secretário dos Transportes, que deu dou continuidade ao mesmo, o Ver. Antonio Hohlfeldt, que me acena, que vai pedir um aparte.

 

O Sr. Antonio Hohlfeldt: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Para dizer, Ver. Elói Guimarães, que V. Exª na verdade desenvolveu todo o estudo, nós apenas revisamos e implantamos, o estudo está lá, absolutamente pronto, corretíssimo, através da até Maria Lúcia Grau. V. Exª fez todo o estudo, digo isto com toda lisura, V. Exª é responsável pela implantação de todo o estudo feito.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Mas aqueles retoques finais, Ver. Antonio Hohlfeldt, no que respeita aos mecanismos e formas para a questão do carnê, aquelas questões que V. Exª desenvolveu com muita competência. Mas é bom que se diga, porque nós, num determinado momento, sentimos a necessidade da implantação do chamado estacionamento rotativo no Centro da cidade de Porto Alegre. Eu sustentava a seguinte tese: se faz imprescindível democratizar o espaço, principalmente o espaço nobre que era o Centro da Cidade. O que na prática se dava? Era apropriação temporal de espaços da área nobre da cidade de Porto Alegre, com pessoas deixando carros de manhã e só tirando à noite. Então, aí nós, com todo um conjunto de técnicos da Secretaria Municipal dos Transportes, inclusive com a grande técnica que tem essa Secretaria, justiça seja feita, a Dra. Lúcia Grau, pós-graduada em Engenharia de Tráfego, fez curso no exterior, uma excelente profissional. Nós convidamos a Dra. Lúcia a desenvolver o Projeto e aí fizemos o seguinte: encaminhamos a Dra. Lúcia a fazer um levantamento de campo na cidade de São Paulo e na cidade de Curitiba. E aí nos surgiu um problema, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, o que aqui nós denominamos Área Azul, lá é Zona Azul. Fazendo a conclusão, zona no Rio Grande do Sul tem uma conotação ligada que os Srs. Vereadores estão pensando, que é o bas-fond, é o lugar, principalmente no nosso interior, e na nossa Cidade até a década de 40, mais ou menos, seriam as zonas; eram as chamadas áreas de perdição. Então, quando se fala em zona, principalmente no interior do Estado, é exatamente onde se localiza um conjunto de boates, cabarés, dancing, que se denomina, equivocadamente, de perdição. Não vejo nada de perdição, e quero declarar isto da tribuna, mas o tempo assim colocou. Depois de uma longa discussão, tivemos, então, a seguinte conclusão: vamos colocar, para o que se chama de Zona Azul o nome de Área Azul, e aí colocamos esse nome no Projeto. E eu já cumprimentei a Administração Popular por ter implantado na cidade de Porto Alegre, porque existindo na maioria das cidades brasileiras não se justificava que a nossa Capital, Porto Alegre, não tivesse implantado este Projeto, que é um bom Projeto, e evidentemente vai passar por um processo de ambientação, para que nós usemos de forma racionalizada e democratizada a propriedade pública, para que o espaço público não se transforme em posse temporária daqueles que chegam mais cedo no Centro da Cidade e deixavam, e deixam seus veículos ali, só retirando-os à noite. Com esta rotatividade, então, com condições módicas, o objetivo sempre foi não fazer rendas, não ganhar dinheiro com o Projeto para o Município, era para que se mantivesse e buscasse a grande finalidade. E qual é? Racionalizar a circulação, basicamente, do Centro da cidade de Porto Alegre.

Então, eu acho que a iniciativa Clovis Ilgenfritz, o Substitutivo Besson, demais Emendas, temos que encontrar aqui um denominador comum no sentido de aperfeiçoar este excelente instrumento que tem o Município de democratizar o espaço, principalmente o Centro da nossa Cidade, que eu tive, num determinado momento, em face de uma série de problemas, de ter instituído o guincho em Porto Alegre. Olhem que deu uma polêmica fantástica. Chegou num determinado momento em que a Cidade passou a não circular mais. Todo o mundo estacionava. E a Brigada Militar, em que pese o seu esforço, não conseguia. Aliás, até um período muito difícil da Brigada Militar, que nem tinha talão de multa. Os brigadianos diziam: “olha, nem talão de multa nós temos”. Esta é uma situação muito difícil. Então, se fazia necessário. E, por um período, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, eu tive oportunidade, como Secretário, de implantar, para dar uma certa melhora à Cidade, o guincho na cidade de Porto Alegre. O guincho é algo antipático. Evidentemente. Mas ele está a serviço da coletividade. Do interesse maior da Cidade. Eu também implantei quebra-molas na cidade de Porto Alegre. Tive a oportunidade de, em visitando Curitiba, trazer quebra-molas para a cidade de Porto Alegre, que depois foi desenvolvido pelo Ver. Antonio Hohlfeldt e pelo que me sucedeu na Secretaria, Dr. Nelson Fernandes, e pelos demais que foram implantando, evidentemente precisávamos implantar mais porque os índices de acidentes eram alarmantes. E eu lembro que o primeiro que implantamos foi aqui na Padre Cacique. Quando um carro lastimou um menino e duas meninas. Então, não tinha outra saída, senão implantar o quebra-molas.

 

O Sr. Antonio Hohlfeldt: Vereador, apenas para concordar com o pronunciamento de V. Exª, lembrar que a única coisa que nem eu, nem V. Exª conseguiu concretizar foi a criação do Fundo Municipal de Transportes, para onde se poderia carrear esse dinheiro, dentro dos quais esses, por exemplo, que poderia dar uma agilidade de aplicação de recursos para não cair na vala comum, como hoje ocorre. Neste sentido, são importantes essas Emendas, mas o ideal seria termos um Fundo Municipal de Transportes.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Perfeito. Eu queria dizer, para encerrar, que a Área Azul é um excelente Projeto, e temos que, legislativamente, ir aperfeiçoando para que ele atinja as suas grandes finalidades que é racionalizar a circulação no Centro e por outras áreas. A Cidade está crescendo, nós temos a Azenha, Assis Brasil e outras áreas que estão num crescendo enorme. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: A palavra com o Ver. Cyro Martini.

 

O SR. CYRO MARTINI: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, inicialmente, entendo dever fazer registro apenas para colocar a história do estacionamento pago nos devidos termos. O estacionamento pago, hoje denominado vulgarmente de Área Azul, foi instituído pelo Departamento de Trânsito no final da década de 1960. Naquela oportunidade, o estacionamento era central, compreendia a Rua da Praia, Sete de Setembro, Praça da Alfândega.

O estacionamento pago é uma instituição muito antiga em Porto Alegre, foi no final da década de 60, e eu acredito que o Vereador Dib tenha participado então. Era o DETRAN, criador junto com o Lions Leste, e já naquela ocasião o propósito era já angariar recursos para o Departamento de Trânsito que, como hoje, não tinha recursos para desenvolver suas atribuições. O estacionamento pago não é uma criação da década de 80, e sim da década de 60, que contou com a iniciativa decisiva do Departamento de Trânsito. Uma outra colocação que eu entendo absolutamente necessária diz respeito as duas Emendas que eu ofereço, tendo em vista o alargamento, a extensão que vai assumir o estacionamento pago, com muito mais razões para nós termos certos cuidados, para nós darmos certa atenção ao estacionamento pago, se não nós vamos transformar a Cidade num estacionamento pago e que vai ocasionar uma série de prejuízo ao bom andamento da Cidade, a função econômica e social da Cidade. Então, nós temos que ter certos cuidados, um deles que eu entendo diz respeito à carga e descarga de mercadoria. Se nós estendermos pelas avenidas principais, pelos núcleos principais, onde justamente se instala o comércio, o estacionamento pago sem o cuidado de reservar áreas para a operação de carga e descarga de mercadorias, evidentemente que a finalidade do próprio estacionamento pago já fica um pouco prejudicada ou bastante prejudicada. Então, por isso eu entendo que a Emenda que ofereço deve merecer a atenção e deve se acolhida pelos nobres Pares. No estacionamento regulamentado, algumas vagas devem ser reservadas para operação de carga e descarga de mercadorias, relativamente as quais não deve ser exigido qualquer tipo de retribuição pecuniária. Não devemos encarecer o produto por causa da taxação em função do estacionamento. Então, por isso, entendo que se deva reservar áreas vagas para operação de carga e descarga, para as empresas de transporte de carga, para atender os estabelecimentos comerciais e dar andamento normal a estas áreas de maior interesse da Cidade. Fica o meu apelo neste sentido. Evidentemente que a SMT teria iniciativa neste sentido. Entretanto, como a lei não fala, seja no seu Substitutivo nº 01 ou no Projeto original do Ver. Clovis Ilgenfritz, é mais conveniente deixarmos isto claro: que áreas devem ficar à disposição da operação de carga e descarga.

 

O Sr. Ervino Besson: Realmente, Ver. Cyro Martini, V. Exª foi muito hábil com esta sua Emenda, pois tanto eu como o Ver. Clovis Ilgenfritz não nos demos conta desta importância de deixar locais destinados para carga e descarga. Esta Emenda é excelente. Se o meu Substitutivo não for aprovado, creio que temos que aprovar esta sua Emenda.

 

O SR. CYRO MARTINI: Emenda nº 02 ao Substitutivo e Emenda nº 05 ao Projeto. Esta que trata de reservar áreas vagas com a finalidade da operação de carga e descarga para efeito de abastecimento dos estabelecimentos comerciais da área em questão.

 

O Sr. Clovis Ilgenfritz: Este Projeto tramitou oito meses e hoje estamos recebendo sete, oito Emendas na hora de votar. Estou preocupado com o andamento disto, porque é muito sério para que tenhamos um tratamento assim. A leitura do Projeto faria com que a metade não precisasse ser colocada, porque está escrito: a critério da Secretaria dos Transportes, ou seja, locais de carga e descarga dentro do critério, obviamente serão respeitados, locais de estacionamento, disso e daquilo, obviamente serão respeitados. Pediria por que há uma enxurrada de emendas para um Projeto que pelo jeito não tinha sido discutido.

 

O SR. CYRO MARTINI: Agradeço seu aparte, entretanto meu entendimento diverge do seu. V. Exª acha que só pelo fato de colocar a critério da SMT já é bastante, eu entendo que deva ficar bem claro, que deve compulsoriamente, obrigatoriamente, necessariamente ficar reservado determinado local e determinadas vagas para a operação de carga e descarga, no meu entendimento.

 

O Sr. Clovis Ilgenfritz: Mais um minutinho, Vereador. A Emenda do Ver. Leão de Medeiros, nº 01, ela coloca que qualquer alteração deverá passar antes pelo crivo da Câmara, na Emenda nº 01, no meu entender, contemplaria.

 

O SR. CYRO MARTINI: Ainda insisto, acho que deva ficar claro, ademais, há uma certa dificuldade para a operação de carga e descarga, quando há a necessidade de um maior entrosamento com os órgãos públicos, sorte que eu, pessoalmente, conhecendo o problema, entendo que devam ficar áreas vagas, locais, estacionamentos reservados para operação de carga e descarga, o que será de extrema utilidade, não para a vida econômica da Cidade, mas para as pessoas poderem ir ao Centro, poderem ir à Azenha, a Assis Brasil, e lá fazer as suas compras. Essa me parece de extrema utilidade. Outra Emenda que apresentei, que reputo de real valia, senão não teria apresentado, é a que diz respeito a promoções educativas de trânsito: “dos resultados pecuniários auferidos em virtude do estacionamento regulamentado, 20%, no mínimo, serão aplicados em promoções educativas de trânsito”. A área da sinalização, da engenharia, do planejamento, essas áreas todas têm sido aquinhoadas com parcela de recurso para o desenvolvimento das necessidades pertinentes. Todavia, no que concerne à educação para o trânsito, os órgãos públicos têm sempre mitigado, têm sempre implorado da empresa privada recurso para desenvolver alguma campanha, alguma promoção, alguma atividade neste sentido. Por isso que batalhei, batalho e vou batalhar sempre, em matéria de educação para o trânsito, onde nós pudermos apanhar recursos para destinar esta área, eu estarei sempre ali exigindo, senão o montante muito elevado, mas, pelo menos, algum recurso para desenvolver promoções educativas de trânsito. Na esfera do trânsito, há três segmentos principais, básicos, fundamentais: a educação para o trânsito, o policiamento e a engenharia de tráfego. Mas, entre nós, seja no Município, seja no Estado, seja no País, pouco se tem feito em matéria de educação para o trânsito, e o Poder Público, em matéria de recursos pecuniários, nada, a não ser aqui, que nós conseguimos introduzir uma Emenda no Orçamento da Administração Direta do Município e ali colocamos pelo menos uma migalha pra se desenvolver educação para o trânsito, que é fundamental em matéria de bem administrar as coisas do trânsito. E o trânsito está aí, eu não preciso repetir, matando mais de cinqüenta mil pessoas por ano no Brasil, isso é mais do que a Guerra do Vietnã. Outra coisa que me chamou atenção no Projeto do Ver. Clovis Ilgenfritz é a nova redação dada ao art. 2º. Na verdade, a nova redação dada ao art. 2º não é estacionamento pago, mas a liberação das áreas de estacionamento proibido durante os sábados, domingos e feriados. Não é estacionamento pago, é a liberação dos estacionamentos proibidos. E estacionamento pago é estacionamento regulamentado, que é diferente do estacionamento proibido. E, aqui, está visível, para mim, que é a liberação, com o que eu concordo, apenas entendo que deva ficar bem esclarecido isso aí. Muito obrigado.

 

(Revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Valdir Fraga): Com a palavra o Ver. Leão de Medeiros.

 

O SR. LEÃO DE MEDEIROS: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, nós temos, em discussão, um Projeto e um Substitutivo que nada mais querem do que estender, mais uma vez, a sanha de cobrar do usuário aquilo que ele tem por direito. A rua é um patrimônio público e, como tal, todos têm direito a usá-la. No entanto, estamos aqui a discutir quem é o autor da proposta de cobrar mais do usuário. Já não chega o plus tarifário em que o cidadão de Porto Alegre, ontem, foi arrasado na cobrança da sua passagem de ônibus em sete cruzeiros, e hoje estamos a discutir quem é o autor do Projeto de cobrar mais do usuário de veículo particular. São quatrocentos mil veículos em Porto Alegre, ruas estreitas e uma disputa muito intensa pela sua ocupação. Por isso, veio esta lei das Áreas Azuis, que nada mais são do que estacionamento pago para a zona mais conflagrada da Cidade, que é a área central. Essa Lei, de autoria do Ver. Luiz Braz, está agora sendo cogitada de ser estendida a todo o Município de Porto Alegre, desrespeitando até o trabalhador que exerce essas funções. Curiosamente, o Ver. Antonio Hohlfeldt critica um sindicato que tem sua existência legal, que foi criado de acordo com a lei, que regula a função desse tipo de entidade, com mais de duzentos associados, e estão empurrando esses trabalhadores – a proposta original do Projeto do Ver. Clovis Ilgenfritz e o Substitutivo do Ver. Besson – a uma maior marginalidade. Coitado do cidadão porto-alegrense que terá que pagar sua segurança dentro de uma cobertura oficial que esse Projeto pretende. Sou contra, não gosto, não gostei, não gostei até de sua tramitação nesta Casa, porque o Projeto é tão polêmico que já temos quase dez emendas para apreciar, hoje, pelos Srs. Vereadores, tudo na ânsia de cobrar e arrecadar mais. Questiono até as Áreas Azuis na sua eficiência! Trago à reflexão dos Srs. Vereadores a realidade das Áreas Azuis. O que temos, hoje, é o Executivo Municipal criando cargos de fiscais para o gerenciamento das Áreas Azuis, cargos públicos. Em fevereiro deste ano foi remetido a esta Câmara um pedido de verba, no valor de onze milhões de cruzeiros, para implantação das Áreas Azuis. Foram criados cargos públicos esquecendo os guardas municipais que poderiam realizar essa tarefa. Trago à reflexão dos Srs. Vereadores o fato de que foi feito um convênio com o Governo do Estado para fiscalizar as Áreas Azuis. A Prefeitura deu uma viatura para a Brigada Militar com combustível, durante um ano, quando isso nada precisava ocorrer se houvesse interesse do Município em realmente fiscalizar a atuação dos guardadores de veículos, que é uma profissão regulamentada pelo Ministério do Trabalho. Uma lei minha, que até hoje não foi regulamentada, liberando o estacionamento fora das Áreas Azuis da zona central da Cidade, para aqueles que quiserem espontaneamente cuidar um veículo, e hoje está querendo estender esta atividade oficial, que não funcionou, para toda a cidade de Porto Alegre.

 

O Sr. Clovis Ilgenfritz: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu respeito muito a objeção, embora não concorde. Primeiro, que a Prefeitura não está, no nosso entender , e nunca esteve, neste aspecto, visando arrecadar e tirar dinheiro do usuário. Pelo contrário, se V. Exª fizer uma análise e perguntar aos usuários do Centro onde já existe o Estacionamento Azul eles vão dizer que parou de haver exploração e têm mais segurança. Eles pagam tanto e sabem quanto irão pagar, porque o usuário fica submetido a uma verdadeira guerra de cidadãos que, infelizmente, estão marginalizados ali e cobrando o que bem entendem. Mas nós estamos pensando em facilitar o uso da Cidade pelo usuário. Então, não há esta idéia de que se tire o dinheiro do usuário. Pelo contrário, ele sabe o que vai pagar antes e sabe como. E o segundo aspecto diz respeito a mais cargos, etc., a Prefeitura realizou um concurso público para fiscais, e este serviço é auto-suficiente, ele não é para dar lucro, mas também não é para dar prejuízo, é par melhorar a condição dos usuários. Então, neste tipo de argumento, nós divergimos.

 

O SR. LEÃO DE MEDEIROS: Muito bem, Vereador. Em fevereiro de 1990 foi remetido um Projeto a esta Casa criando crédito especial para a SMT para a implantação desta Área Azul na área central. Ver. João Dib, eram onze milhões de cruzeiros em fevereiro de 1990 que, reajustados hoje, perfazem mais de cem milhões de cruzeiros, criando cargos públicos só para área central já implantada. Se aprovado este Projeto ou seu Substitutivo, nós teríamos aí mais um trenzinho na Prefeitura, com criação de novos cargos públicos que não precisariam existir, fazendo fiscalização daqueles que já exercem esta atividade, conforme a lei trabalhista, em Porto Alegre. O que existe é uma má vontade contra estas pessoas que exercem a sua atividade em Porto Alegre. Se tivesse uma fiscalização do Poder Público Municipal em consonância com os órgãos de Segurança do Estado, conforme era minha pretensão no Projeto, que já foi aprovado nessa Casa, nós não teríamos essa orgia, essa necessidade de implantação de cargos públicos e nem conseguir o respaldo dos srs. comerciantes e usuários das casas comerciais, que realmente necessitam de alguém que fiscalize seu trabalho. Por isto, sou contra o Substitutivo, sou contra o Projeto original, mas, para tentar, pelo menos, diminuir a avalanche de que poderá ser isto, transformar Porto Alegre num amplo parque de estacionamento pago para os quatrocentos mil veículos desta Cidade, é que, pelo menos, fiz uma Emenda, que restringe a atuação, a expansão ilimitada dessas áreas por toda a Porto Alegre, ficando somente ao Executivo. Não, caberá também ao Legislativo examinar todo o planejamento de implantação de novas áreas de estacionamento pagos nesta Cidade. Por isso, minha opinião pessoal, Sr. Presidente, sou radicalmente contra, porque o enfoque dado a este problema do estacionamento pago está sendo desvirtuado e está sendo colocado mais um ônus em cima dos quatrocentos mil proprietários de veículos da Cidade num Projeto que não funcionou. A realidade que nós temos na área central da Cidade é que os guardadores foram escorraçados no trabalho que faziam, para implantação desse trabalho oficial, que é o estacionamento pago, e eles ficam lá, ao lado dos fiscais, vendendo tíquetes.

Hoje, os velhos guardadores que trabalhavam no Centro da Cidade estão vendendo tíquetes, estão sendo proxenetas de tíquetes e do oficialismo da Área Azul. Por isto, sou contra, reafirmo minha posição, sou contra o Projeto e seu Substitutivo. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Isaac Ainhorn): Com a palavra o Ver. Adroaldo Corrêa.

 

O SR. ADROALDO CORRÊA: Sr. Presidente, Srs.Vereadores, nós vamos fazer uma relação com nota que existe no jornal de hoje com dois Projetos que estão em discussão. Diz a Jornalista Leila Waiber, no tópico “Viva o Julinho”, que o Colégio Júlio de Castilhos começou a resgatar a sua tradição de boa qualidade de ensino, como na época em que era considerado o colégio padrão no Estado. “No último sábado, mais de 2.700 candidatos concorreram a uma vaga para ingressarem naquele estabelecimento, num autêntico exame de seleção para ocupar oitocentas vagas.” Não é que não houvessem vagas para os estudantes, o que é notado é que são 2.700 pessoas que procuram oitocentas vagas num Colégio que é referencial para a cidade de Porto Alegre. Talvez faltem vagas.

 

O Sr. João Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Já que V. Exª está falando no Colégio Estadual Júlio de Castilhos, eu quero falar no Centro de Cultura do Município, atelier livre que dava cursos gratuitamente e, agora, de dois mil e cem cruzeiros está passando para mais de onze mil cruzeiros, e os alunos não podem pagar, e a grande maioria não está satisfeita com o que está acontecendo.

 

O SR. ADROALDO CORRÊA: Sempre dissemos, Ver. João Dib, que não exerceríamos uma Administração, ainda que popular, num Estado socialista, procuraríamos orientações socialistas para a Administração Popular, numa Cidade que é capitalista. Com certeza, a concorrência para a busca de vagas nas escolas, no atelier e no estacionamento da área central têm relacionamento com isto. Se houvesse um melhor sistema de transporte, orientado, mais estacionamento periférico, houvesse descentralização do comércio, um Centro que não fosse um canto, como é o tradicional Centro de Porto Alegre, provavelmente a procura pelas vagas de estacionamento não seria tamanha como é. E também existe a relação, tanto na vaga pela Escola Estadual Júlio de Castilhos, como a vaga de estacionamento, é aquilo que se costuma dizer, a preparação para se chegar a tal local. As pessoas se preparam para mais cedo, se preparam para passar na escola. No nosso entendimento, é uma questão que não tem solução se não for disciplinado o uso na medida em que existe a apropriação privada, ainda que temporária, da vaga do estacionamento, porque a pessoa teve condições, se preparou para chegar mais cedo a determinado lugar.

A Área Azul se propôs a esse disciplinamento, para tornar rotativo aquilo que estava em apropriação individual, se pensarmos que esse temporário é toda a semana, veremos que esse temporário se transforma em como é o mercado temporário da Praça Rui Barbosa, que é provisório, até hoje é um mercado temporário, e tem dezesseis anos. É provisório, como algumas coisas que são provisórias costumam ser permanentes enquanto durem. A vida é provisória e precária enquanto dura, e por aí vamos ter a provisoriedade se transformando na rotina e no permanente. A questão que basicamente me motivou a vir a esta tribuna foi a discussão que fez o Ver. Leão de Medeiros contra o conceito aqui emitido pelo Ver. Antonio Hohlfeldt a respeito do Sindicato dos Guardadores de Veículos. Anteriormente à organização desses trabalhadores de serviço eventual, que só é exercido porque não há vagas no mercado de trabalho formal, e é o que exatamente impõe esse regime da concorrência pelo melhor, que nós comentamos, e da apropriação individual do coletivo, do serviço público, justamente por isso é que essas pessoas exercem uma atividade que, convenhamos, não é produtiva. Uma sociedade tendo batalhões imensos de pessoas exercendo atividades que são desnecessárias. Se nós olharmos convenientemente o número de guardadores e o número de vagas no Centro da Cidade, veremos que essas pessoas fazem atividades desnecessárias a um processo social, mas, no entanto, essenciais para a sua existência, e nas condições precárias de cultura, formação, alfabetização, preparação para ter uma vida melhor e em uma sociedade, que poderia ser transformada para uma situação que desse condições de o trabalhador viver com dignidade. Há que relacionar esta situação de um sindicato e de profissionais, entendidos assim como guardadores de veículos, que têm uma vida dentro de uma Cidade, dentro de uma sociedade que os exclui do processo produtivo, por não formar, por desempregar acelerada e acentuadamente no atual e nos anteriores governos, por longos períodos, e que precisam alimentar, não eventualmente, suas famílias, e que, enquanto indivíduos, precisam alimentar-se, morar, vestir e tudo o mais. O sindicato existir é uma questão importante, na medida em que há trabalhadores de um setor. A Diretoria, eventualmente, perpetuar-se, pode ser objeto de crítica, na medida em que se perpetue muitas vezes, não estou dizendo que é o caso, porque não examino especificamente a questão, pode-se perpetuar por meios ilícitos, à revelia do próprio corpo de associados. E foi isto, apenas isto que, no me entender, que o Ver. Antonio Hohlfeldt apresentou como restrições à entidade vincular-se, de alguma forma, à guarda e à relação das novas vagas instituídas. Os dois Projetos têm, no mérito, a perspectiva de alargar este disciplinamento da ocupação temporária do espaço e a cobrança de taxa para a manutenção dos serviços de fiscalização, concorrencialmente, no tempo, tem, no mérito, semelhança.

O ocorrido no processo administrativo desta Casa com o Projeto do Ver. Ervino Besson não pode justificar uma oposição política sobre esta questão. Esta Casa deve examinar o que é melhor, do ponto de vista de ser global, e atender, no conjunto, às relações que este Projeto guarde com o sistema de Áreas Azuis. No nosso entendimento, as Emendas que estão sendo apostas ao Substitutivo vêm ampliar a sua abrangência, o que já faz o Projeto, até porque várias das Emendas ao Substitutivo são repetição do Projeto. Independente da simpatia que tenho pelos dois Vereadores e independente da crítica que temos ao processo de tramitação do primeiro Projeto do Ver. Ervino Besson, ainda assim, mesmo respeitando as iniciativas, estamos com o Projeto do Ver. Clovis Ilgenfritz. Muito obrigado.

 

(Revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. João Dib.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, Srs.Vereadores, antes de mais nada, requeiro à Mesa que me forneça a relação dos Vereadores que não compareceram à Sessão desta manhã. Sr. Presidente e Srs.Vereadores, estacionamento temporário pago é o instrumento de planejamento que os planejadores de trânsito têm a sua disposição, amplamente, na Câmara Municipal, durante dois anos, a instituição do estacionamento temporário pago e, à época, eu pedi apenas na área central, porque é vantajoso para toda a comunidade. Porque, se não a área central se transforma, ou as áreas procuradas pela população se transformam em áreas de estacionamento de alguns que chegam mais cedo e impedem que consultórios médicos sejam visitados, que lojas sejam procuradas, que gabinetes de advogados sejam procurados. E quando se estipula o estacionamento temporário pago, se disciplina a circulação. É muito mais barato. E eu não estou dizendo que o que está sendo cobrado hoje seja barato. Não. O censo de valores ficou extremamente complicado, diversificando um pouco.

Eu comprei um pão por 127 cruzeiros. Uma semana depois comprei por 152 cruzeiros. Quanto é 152 cruzeiros? Há cinco anos atrás eu era o Prefeito de Porto Alegre e ganhava quinze milhões de cruzeiros. O pão custou 152 milhões de cruzeiros. Portanto, se eu fosse Prefeito, se eu tivesse o salário de Prefeito eu tinha que trabalhar dez meses e mais uma semana para comprar pão. Então, eu não sei se é caro ou se é barato. Agora, é muito mais caro um veículo chegar no Centro pretendendo estacionar e, em não encontrando local para estacionar, fazer uma circulação de alguns quarteirões, algumas vezes, até, do que encontrar e pagar o estacionamento na forma preceituada em lei. Agora, eu acho que esta Câmara tem, evidentemente, que acompanhar os custos, e não é de graça que está sendo feito. O Ver. Leão de Medeiros lembrou que onze milhões de cruzeiros, que nós votamos contrariamente, estavam sendo solicitados para que a SMT implantasse o sistema que se diz agora, que é autosustentado. Estes onze milhões de cruzeiros, já que nós falamos no pão, hoje seriam trezentos milhões de cruzeiros. E é fácil até de calcular, porque, na mesma época, três milhões e meio foram aprovados para a Carris e estão rendendo que não termina mais. Já deram cem, portanto, estou só multiplicando por três, mas talvez fosse mais do que trezentos milhões de cruzeiros. Agora, o problema dos guardadores da área central é um problema difícil de ser enfrentado. Eu quero lembrar que alguns anos atrás houve, na área central, um assassinato por desentendimento com o guardador, e, ao que sei o matador foi absolvido, que assassinou um menino. Por uma questão de coerência, porque apresentei duas vezes nesta Casa o Projeto de Estacionamento Temporário Pago, que existia até antes que eu apresentasse, como bem lembrou aqui o Ver. Cyro Martini, que o DETRAN fazia, juntamente com o Sr. Severo Dullius. A arrecadação se fazia com uma parte para o Lions, para a Santa Casa, tintas para a SMT e para o DETRAN. Mas, quando a Prefeitura quis fazer um projeto não tão perfeito, talvez, o então Ver. Alceu Collares comandou a luta contra e derrubou o estacionamento que o Sr. Severo Dullius tinha feito. Os dois Projetos são semelhantes, do Ver. Ervino Besson e do Ver. Clovis Ilgenfritz, e as Emendas aprimoram tanto um quanto o outro. Eu já havia declarado a minha posição favorável ao Projeto do Ver. Clovis Ilgenfritz e ainda acresço uma das razões para manter esta colocação. O Projeto do Ver. Clovis Ilgenfritz teve o apoio da coletividade, através de mensagens, através de telefonemas, através de mensagens que nós, Vereadores, também recebemos, e é também por isso que vou votar com ele. Agora, sou coerente comigo mesmo pois sempre pretendi que se fizesse estacionamento pago em Porto Alegre a partir de 1965, quando trouxe a Porto Alegre um especialista em trânsito. Pela simples implantação de sistema de estacionamento temporário pago, deu uma melhoria em áreas conflagradas em trânsito que foi impressionante.

 

O Sr. Ervino Besson: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. João Dib, eu estranhei seu pronunciamento. V. Exª disse que o outro Projeto teve o apoio da comunidade. O meu Projeto também teve o apoio, visto que este Projeto surgiu de uma discussão lá no Sindicato. Agora, eu quero colocar, Ver. João Dib, que V. Exª cansou de dizer nessa tribuna que não se impressiona com a população nas galerias. Mas V. Exª, hoje, a si próprio se contradiz.

 

O SR. JOÃO DIB: Nobre Vereador, eu sou coerente, sou simples, tremendamente simples. Eu disse que considerava os dois Projetos semelhantes. V. Exª disse que eram iguais, depois, quando eu disse alicerçado nas palavras de V. Exª, eram iguais, V. Exª disse que são completamente diferentes, acho que não o são. Agora, algum fator deve me fazer considerar quando eu acho que os dois são iguais, são semelhantes, quando os dois podem ser úteis. Então, algo deve somar mais, no caso somou a coletividade. Eu tenho toda a tranqüilidade, como ontem à tarde estava cheio ali de cartazes, disse: “Olha, esses cartazes amanhã ou depois se voltam contra os senhores”. Esta tranqüilidade eu tenho, eu sou coerente, eu nunca desprezei a coletividade, e por ela não estar aqui pressionando agora, eu recebi quando pretendi instituir o estacionamento temporário pago em Porto Alegre, recebi realmente de toda a coletividade o apoio escrito, está no Processo, está arquivado nesta Casa. Vi, por manobra do Ver. José César de Mesquita, por quem eu tenho amizade e respeito, transformar o estacionamento temporário pago em estacionamento temporário gratuito e não acontecer nada. Nesse momento havia apoio da comunidade, que não veio fazer pressão nem nada, mas mandou a sua correspondência, a Sociedade de Engenharia. Aliás, a coletividade respondeu por solicitação do ex-Vereador desta Casa, Pessoa de Brum, que imaginou que a coletividade, através da sua manifestação, seria contrária ao estacionamento temporário pago. E descobriu, para a tristeza dele, que não era contra. E é por isso que hoje estou considerando que a coletividade se manifesta e não está aqui fazendo “lobby”, eu me manifesto. Também, por isso, me manifesto favorável ao Projeto. Mas, principalmente, a idéia de que o estacionamento temporário pago é um instrumento utilizado para disciplinar a circulação nas grandes cidades. Porque não é possível trazer todos os automóveis, e nós sabemos disso, por isso nós temos outros meios de transporte numa mesma hora para a área central, ou para qualquer outra área da Cidade. Obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Não há mais oradores inscritos. Encerrada a discussão. Passamos à votação.

Solicito ao Sr. Secretário Wilton Araújo que proceda à chamada nominal para verificação de “quorum” para votação.

 

O SR. 2º SECRETÁRIO: (Procede à chamada nominal dos Srs. Vereadores.) Sr. Presidente, 23 Vereadores responderam à chamada.

 

O SR. PRESIDENTE: Há “quorum”.

 

O SR. JOÃO DIB: Para um Requerimento, Sr. Presidente. Quero aprimorar o Requerimento que fiz da ausência de Vereadores. Eu quero a relação daqueles que não responderam nenhuma vez, os que hoje não compareceram pela manhã.

 

O SR. PRESIDENTE: O Requerimento está devidamente anotado nas notas taquigráficas e oportunamente a DL lhe dará resposta à luz da forma de seu último pedido.

A Mesa comunica o recebimento de um Requerimento firmado pelo Ver. Clovis Ilgenfritz, que requer o adiamento da votação, por uma Sessão, do Proc. nº 0868/90, PLL nº 042/90.

Em votação. (Pausa.) Para encaminhar, com a palavra o Ver. Clovis Ilgenfritz, como autor.

 

O SR. CLOVIS ILGENFRITZ: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, eu vou usar apenas um minuto. Estou fazendo esse pedido de adiamento em função de várias solicitações de Vereadores que desejam analisar com mais profundidade as várias Emendas que surgiram para o Projeto e para o seu Substitutivo. A proposta é que se adie apenas o encaminhamento e a votação. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

O SR. PRESIDENTE (Valdir Fraga): Colocamos em votação o Requerimento ora encaminhado.

 

O SR. ISAAC AINHORN (Requerimento): Sr. Presidente, requeiro votação nominal deste Requerimento.

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação o Requerimento do Ver. Isaac Ainhorn. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Srs. Vereadores, “sim” aprova o Requerimento em que é solicitado o adiamento da votação do PLL nº 042/90 e “não” rejeita o Requerimento.

Com a palavra o Sr. Secretário, para que proceda à chamada nominal dos Srs. Vereadores para a votação.

 

O SR. 2º SECRETÁRIO: (Procede à chamada nominal dos Srs. Vereadores) Sr. Presidente, 13 Srs. Vereadores votaram SIM e 10 Srs. Vereadores votaram NÃO.

 

O SR. PRESIDENTE: APROVADO o Requerimento.

 

(Votaram SIM os Vereadores Antonio Hohlfeldt, Artur Zanella, Clovis Ilgenfritz, Gert Schinke, João Dib, José Alvarenga, José Valdir, Leão de Medeiros, Mano José, Omar Ferri, Vicente Dutra, Adroaldo Corrêa e Heriberto Back. Votaram NÃO os Vereadores Cyro Martini, Elói Guimarães, Ervino Besson, Isaac Ainhorn, Jaques Machado, Letícia Arruda, Luiz Machado, Nelson Castan, Vieira da Cunha e Wilton Araújo.)

 

O SR. PRESIDENTE: Passamos à

 

PAUTA – DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

2ª SESSÃO

 

PROC. Nº 2533/90 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 090/90, que autoriza a abertura de crédito suplementar no valor de Cr$ 75.000.000,00 no Departamento Municipal de Água e Esgoto e dá outras providências.

 

PROC. Nº 2534/90 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 091/90, que autoriza o Executivo Municipal a abrir créditos suplementares no valor de Cr$ 731.051.273,00 e dá outras providências.

 

PROC. Nº 2532/90 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 089/90, que autoriza o Executivo a abrir créditos especiais no valor de Cr$ 10.293.000,00 e dá outras providências.

 

PROC. Nº 2491/90 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 034/90, de autoria do Ver. Lauro Hagemann, que altera a redação do art. 1º da Lei Municipal nº 6.014, de 7 de dezembro de 1987.

 

PROC. Nº 2445/90 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 085/90, que dispõe sobre a política de atendimento dos Direitos da Criança e do Adolescente do Município e dá outras providências.

 

PROC. Nº 2470/90 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 015/90, que altera dispositivos da Lei Complementar nº 113, de 21 de novembro de 1984, com a nova redação dada pela Lei Complementar nº 204, de 28 de dezembro de 1989. (Taxa de Coleta de Lixo.)

 

O SR. PRESIDENTE: Inscritos para discutir a Pauta os Vereadores João Dib. Desiste. Adroaldo Corrêa. Desiste.

Liderança do PT. A palavra com o Ver. Luiz Machado, que desiste.

Encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Levanta-se a Sessão às 11h59min.)

 

* * * * *